quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Um belo dia

Trabalhar. Viver em um mundo capitalista nos leva a um "belo dia" ter que trabalhar. Bom. Trabalhar pode ser bacana, ter uma função no mundo, conhecer parceiros, aprender. Ok. Pode ser divertido também. No meu caso, quanto mais me arrependo em ter escolhido o Jornalismo e suas vertentes como meio de trabalho, mais me encanto por essa profissão tão delicada e necessária que consegue sobreviver com pouco (e porcos) neste país tão cruel. E vice-versa. Em meio a esta realidade assumo que o trabalho é porta aberta para o mundo da liberdade. Uma vez que passamos por esta porta sabemos que lá é a entrada para adquirir tudo aquilo que sempre representou o sonho. Pra mim, além das contas prioritárias, poder viajar, comprar mimos para a minha filha, bancar a minha casa, sustentar o meu carro, enfim construir o meu caminho. Triste assumir, mas terei que trabalhar por toda a vida pra pagar o que eu necessito e o que eu desejo. Triste não pelo trabalho em si, mas por ter que me submeter a situações contrárias ao que acredito; seja pelas regras da empresa, seja pelas regras sociais, seja por "profissionais" vazios e submissos mascarados de competentes e de bom coração. Minha mãe sempre disse que a "a vida é assim mesmo". Meu pai sempre me avisou que eu " deveria ter feito concurso público". Meu marido diz que "não existe trabalho perfeito". E o que EU vou dizer à minha filha e aos filhos que vierem? Como ensiná-los a ter ideias e ideais neste país que não me permite acreditar? Não posso. Tem algo errado. Eu já tive a oportunidade de trabalhar com o que amo. Sei o que é isso. Acordar segunda-feira louca pra trabalhar. Sei o que é e sei que isso existe. De alguma forma existe. Acontece que escolhas são feitas através de renúncias. E aí é outra história. Dentro desta. Até aonde vai o meu desejo? Até aonde consigo me libertar? Acho que a prisão é constante quando se paga contas. Se eu quiser ter o direito de sonhar, então... Perpétua. A busca para encontrar a felicidade possui uma sombra, que fica sempre rondando a gente. A saída talvez seja trabalhar.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Uma nova força


"É loucura odiar todas as rosas, porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou.

Perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou.
É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo.
Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras! Lembrando que sempre há uma outra chance; uma outra amizade; um outro amor; uma nova força. É só ser perseverante e procurar ser mais feliz a cada dia. Sem preocupar-se com o julgamento alheio, até porque o que realmente importa é a paz interior."

(O pequeno príncipe)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Asas quebradas


Se eu fosse um anjo iria ao céu agorinha pra ver lá de cima como funcionam as coisas aqui embaixo. Voaria além das nuvens e ficaria de lá observando a vida na terra. Talvez, de lá, seja possível desvendar as respostas das perguntas que me angustiam aqui. Não tenho forças para analisar sentimentos, desdobramentos e ações sem mudar a perspectiva. Posso alterar o prisma do que está acontecendo. Assim inicio a busca para entender o meu presente de uma maneira mais clara e, quem sabe, mais acalentadora. Como um presente embrulhado em um papel rosa e branco, que esconde um desejo antigo, belo, novo. Mas com asas quebradas só é possível correr em uma estrada longa, cheia de pedras e limo. Escorrego. Carrego meus sonhos nos braços antes que seja tarde. Cedo tenho vontade de chegar e mudar a rota. Àquela do passado recente já não se faz presente após toda a vida que foi levada. Se ao menos me renovassem as asas.  

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Um novo coração


E quando nos damos conta é mais uma vida que vem! Após 12 anos me encontro assim, revivendo a experiência do milagre de se criar uma vida. Tão bom ser mulher e poder carregar uma vida! Um novo coração que se forma dentro de mim. De fato contei com a ajuda daquela força única que o homem oferece. Neste caso a força impulsionada pelo amor ''do cara''! Aquele cara que escolhi, que amo e que já é muito pai. Ele nem imagina como já o admiro nesta nova função que escolhemos viver juntos. Pai e Mãe. Sorte minha! Sortuda como eu, diante desse novo milagre que agora cresce dentro de mim, aqui, bem dentro do meu ventre, da maneira mais intensa e mais delicada do mundo posso dizer que não há encanto maior do que o de se aperfeiçoar em ser mãe. Ser mãe duas vezes é sentir o amor dobrado em meio a tanta fofura. Ser mãe duas vezes é saber enfrentar problemas duplos, mas também estar duplamente preparada para resolvê-los. Ser mãe duas vezes é aprender a dividir a atenção entre os amores, mas também receber em troca todo esse sentimento único vindo das quatro mãozinhas mais especiais que existem! Ser mãe duas vezes é sentir medo dobrado, porém é ter coragem multiplicada, somada ao peito de encarar qualquer parada. Ser mãe duas vezes é, acima de tudo, explodir de tanta felicidade, sabendo que melhor do que ter uma boneca na vida, é ter duas. E quando nos damos conta é mais uma vida que vem!

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Não é ciúme. Apenas constatação de fatos.

Outro dia, uma grande amiga veio desabafar sobre eventuais reclamações do marido dela sobre o ciúme feminino. Para ele a esposa é extremamente ciumenta. Ela me disse que não é ciúme. Apenas constatação de fatos; simplesmente uma análise de uma situação e, posteriormente, uma reação. Ponto. A teoria faz sentido pra mim. Existem sentimentos que o outro transmite que só uma parceirona reconhece. No início do relacionamento, enquanto ainda estamos no flerte e não se sabe muito bem até aonde se pode ir, ambos jogam as cartas na mesa e se entregam o quanto podem, demonstrando assim, como se comportam no famoso jogo da conquista. O tempo passa e o relacionamento amadurece naturalmente. Já não há mais a necessidade do cara enviar aquela mensagem fora de hora, nem mesmo da moça estar sempre preocupada em estar maquiada, escovada. Os interesses são outros.  E isso é um grande passo. Em uma vida a dois, o homem tem dificuldade de dar o passo mais importante: ele não possui a sensibilidade de compreender que nós mulheres já nascemos com o sexto sentido. Foi mal aí, rapazes. Mas nós conseguimos identificar, entre tantas coisas, como vocês agem quando querem seduzir. Por isso não adianta dizer que somos loucas ciumentas. Constatação de fatos. Cada ser humano possui suas armas para a sedução. Seja no olhar ou na falta dele, seja nos recadinhos explanatórios nas redes sociais, seja um comentário aqui ou acolá e até um silêncio tenso. Por isso, quando se saca alguma reação vinda do parceiro em questão, semelhante àquela dos tempos da paquera, entretanto com outra mulher... Pronto. Sinal amarelo. Constatação dos fatos. Bomba. Tudo bem que enquanto existe sangue correndo nas veias, um coração batendo forte e olhos atentos, é possível que ambas as partes possam lá admirar um ''outro alguém''. A diferença é o limite que se pode chegar com o tal do ''outro alguém''. É só descomplicar. O que a minha amiga deseja é que o marido dela a situe das posições dele na vida com relação às outras pessoas. Ela me disse que mal conhece certas redes de contato que ele possui e se sente um E.T quando tenta entrar em parte de um planeta distante que ele vaga sozinho. Eu acho que o marido dela poderia ser mais compreensivo. Até porque ela não se importa que ele tenha amizades ou que tome um chopp com os amigos. Ela só quer ser reconhecida. Ter o espaço dela na vida dele. E que mulher não quer? Quem merece ficar como um peixe fora d´água no mar que se quer explorar? Ou perder a liberdade de poder indagar ''quem é essa tal de Ju que comentou aquela foto? Ou ''quem é aquele Pedro que te ligou outro dia?" Quando se ama, se respeita. Quando se ama, sobretudo, se compartilha a simplicidade. Às vezes temos o sol em cima de nós, mas só conseguimos enxergar a nuvem cinza que vem do horizonte. Espero que a minha amiga tenha sabedoria para constatar fatos que venham do reconhecimento de um amor legítimo. Um amor que reaja à altura do que ela oferece.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Preguiçosa de mim e do mundo

Tem dias que eu sinto preguiça. Muita preguiça. Preguiça de manter a calma quando alguém cisma que eu não mandei um e-mail que deveria ser enviado antes de uma bomba explodir. Preguiça de assessor de imprensa sem educação e eu não consigo me acostumar. Preguiça de gente que demora pra se servir no self service. Preguiça de me calar quando eu quero mandar ''tomar naquele lugar''. Preguiça de pessoas que espalham o terror com um simples olhar. Preguiça te dar um telefonema quando eu poderia apenas escrever uma mensagem. Preguiça de escrever uma mensagem quando eu deveria simplesmente ignorar. Aquela preguiça de ter que cumprimentar quem não merece sequer um pedacinho do meu bom dia. Preguiça de discutir sobre a política do Brasil. Preguiça de informar a quem devo informações e, mais preguiça ainda, de ter que elaborar brilhantemente como e através de qual meio fazer isso. Preguiça de valorizar quem não merece crédito. Preguiça de sentir saudades de um tempo que eu não sei. Preguiça de pensar com que roupa eu vou quando, na verdade, eu nem sei se gostaria de ir. Preguiça de ter que me lembrar hoje sobre o que eu não posso me esquecer amanhã, mas eu queria mesmo era esquecer amanhã para eu me concentrar somente no hoje. Preguiça de saber que eu não sei nada e nem saberei nunca, enquanto eu continuar buscando repostas a respeito do que é impalpável, notório ou raro. Preguiça de atitudes previsíveis e que não me acrescentam em nada e, ainda assim, eu acabo me encontrando com elas. Preguiça de subestimar meus instintos quando eu deveria sempre confiar na segurança que eles me oferecem; nesta vida. Preguiça de lutar contra a culpa, essa peste que quer me viciar desde quando eu me entendo por gente. Preguiça, preguiça, preguiça. Eu tenho direito de sentir de vez em quando um pouquinho de preguiça. E tem dias que é exatamente assim que eu me sinto. Preguiçosa de mim e do mundo. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Na dúvida, o menos é mais

Outro dia, voltando do trabalho pra casa após uma sexta-feira, passei em uma loja em busca de algumas roupas diferentes. Experimentei uma calça jeans, modelo tradicional, que ficou linda! Sabe aquela calça que veste bem e não precisa fazer nada? Coisa rara. Depois foi a vez de provar uma blusa de renda, deliciosamente leve e fresca. Adorei. Peça coringa. Já empolgada com tantas opções P E R F E I T A S  resolvi ''inventar moda'' e ver como eu ficava em uma calça branca de tecido, estilo cigarrete. Surpresa minha! A calça ficou belíssima e seria possível fazer incríveis combinações com o que eu tinha no armário. Só fiquei meio incomodada por ela ser branca. E se tem uma coisa que pode acabar com o dia de uma mulher é a temida calça branca. Primeiro porque todo mês somos ''presenteadas'' com a menstruação, que costuma chegar de um jeito avassalador e pode deixar um registro vermelho nada agradável de se ver e, numa calça branca o resultado é bem pior. Segundo que a danada da calça branca pode marcar a calcinha. Pois é. O verbo 'marcar' quando se trata de roupa feminina gera polêmica. Uma corrente diz que roupa que marca pode dar um ar sedutor, através da transparência. A outra corrente acredita que marcar tá por fora e é super vulgar. Errado ou certo, eu sigo a segunda corrente. Na dúvida, o menos é mais. Ao colocar a calça na loja percebi que poderia usá-la com uma blusa maiorzinha por cima, porque ficaria elegante e não daria pra ver nada... A vendedora, em seu papel natural , me sugeriu inclusive usar uma calcinha bege para aquele estilo de calça. Topei. Arrisquei. Levei tudo. Chegou a segunda-feira. De volta à atividade. Acordei às 5 da manhã pra ir pro curso e ao escolher a roupa não pude me conter... coloquei a calça branca! Ficou linda. Mas, lá dentro, no fundo, eu sentia que não devia usá-la. Sei lá. Uma falta de segurança misturada com ''vai dar merda''. Mas sempre quis usar uma calça branca como aquela, que veste bem e tal. Então segui com a dita cuja. Atravessei a Baía de Guanabara de Barca, sentido Rio, rumo à minha aula de pós graduação. Aula bacana, tudo certo. Em um dado momento senti que parte da base da minha maquiagem havia se transportado para parte da perna direita e o que era branco tinha se transformado em um tom meio marrom amarelado. Mas dava pra disfarçar. Afinal eu estava arrasando com aquela calça, gente. 10 da manhã, fim da aula. Fiz o caminho oposto sentido Niterói, para ir ao trabalho. Entrei na estação das Barcas, precisamente na Praça XV, à espera da minha lancha. Tenho a mania idiota de ser a primeira e ficar bem na frente da porta, pra quando abrir eu escolher o melhor lugar pra sentar. Atrás de mim deviam ter uns 10 homens. Foi então que a pasta e o telefone que estavam em minhas mãos caíram no chão. Nenhum cavalheiro se mexeu pra pegar. Foi quando abaixei. Com tudo. E ouvimos (em alto e bom som) um barulho de tecido rasgando, que poderia ser facilmente confundido com um som de peido. Senti que todos aqueles olhos estavam virados para a minha região traseira. Se ninguém havia notado a minha calça branca fashion, aquele era o momento. Pior do que a calça rasgar e ficar com parte da bunda de fora, é saber que alguns ali pensaram que eu estava com flatulência. Imaginei os caras pensando: "Rasgou a calça e soltou um pum!" Ou então: ''Que calcinha bege ridícula!'' Confesso que nunca mais olhei pra trás. Mandei uma mensagem imediatamente pro meu marido relatando o fato, já que precisava dividir isso com alguém. Segui em frente sentindo o frescor ali atrás. Estava toda exposta, como em meu pior pesadelo. Entrei na barca como se nada houvesse acontecido. A blusa era um pouco comprida, mas não resolvia o problema, que estava bem mais embaixo. Sentei rápido, sem escolher lugar. E queria sumir. Liguei pro trabalho avisando que eu precisava passar em casa quando chegasse em Niterói. A sorte é que o dia estava frio e amarrei um casaco na cintura até chegar em casa. Aquele glamour da calça branca desapareceu junto com aquele barulho de tecido rasgando e foi me acompanhando com aquela jaqueta amarrada em meu traseiro, toda mal arrumada. Fui pra casa, coloquei a boa e básica calça jeans. Sabe aquela calça que veste bem e não precisa fazer nada? Coisa rara. Me senti mais feliz, confortável e até mais bonita. Nada de ''invenção de moda''. Nada de calça branca. Por hoje. 

sábado, 4 de outubro de 2014

Maurício de Souza em carne, osso e sobrancelha

Há uns três anos atrás fui à Bienal do Livro com a minha filha. Foi a primeira vez dela em um grande evento de Literatura. Meus pais, por diversas vezes, me levaram em muitas ''Bienais'' aqui no Rio e poder levar a minha Gabriela se transformou na realização de um sonho. Pra quem não sabe, a Bienal aqui no Rio fica no Riocentro, sede dos principais eventos nacionais e internacionais do Brasil e a mais ou menos 42,3km do meu Município, o que significa: longe. Chegar até o Riocentro, sentindo muito calor porque o ar do meu carro estava com defeito e levando três crianças ansiosas, me fez entender o motivo pelo qual o meu pai reclamava tanto sobre visitar tal ''feira de livros''. E lá fomos nós... Eu, a Gab e minha amiga, Alexandra, com as duas filhas que regulavam em idade com a minha. Chegamos bem cedo porque o nosso objetivo, além de desfrutar o evento ao máximo, era pegar um autógrafo com o MAURÍCIO DE SOUZA. Ele, que fez parte da minha infância, da minha vida, e que agora é parte da infância da minha filha, através de suas histórias leves e genuínas conduzindo inúmeras gerações. Compramos nossos livros para serem autografados - eu comprei ''O Gênio e as Rosas'', edição especial que reúne 24 contos do amado Paulo Coelho com ilustrações bacanérrimas do Maurício de Souza; mistura mágica, pra não dizer sublime. Pegamos nossas senhas, super cedo, e ficamos sentadas com nossos livros, esperando AQUELE que conhecíamos apenas em desenhos e histórinhas recheadas de personagens infantis cheios de personalidade, que moravam no ''bairro do Limoeiro''. Enquanto esperávamos na fila, a Gabriela estava em êxtase e me disse:
''Mãe, vai ser o meu melhor dia! Estou muito nervosa! Tô tremendo...'' 
Eu me surpreendi e baixou a mãe insensível:
''Nervosa? Deixa de ser boba! Nervosa porque? Você vai pegar o seu livro dar para ele autografar, vai conversar com ele e vou tirar uma foto bem bonita sua e dele! Pare de bobeira. Que frescura!''
Após alguns minutos a fila cresceu e, finalmente, o Maurício DE SOUZA chegou... Senti que o meu coração começou a bater forte quando o vi pela primeira vez. Afinal de contas, era ele em carne, osso e sobrancelha. Éramos as primeiras da fila. A Alexandra e suas duas filhas estavam em nossa frente. Quando chegou a vez delas, comecei a tremer. Como pode? A minha filha podia se dar ao luxo de ficar nervosa. Tinha só 8 anos! Mas euzinha, adulta, mãe, 29 anos... Levaram a Alexandra e suas meninas para perto do nosso alvo e percebi que ela também estava diferente. Meio bobona, sabe? Começou a conversar com o Maurício:
''Oi, Maurício! Essa é a Carolina. Ela toca violino, sabia?"
Confesso que achei até normal o que ela falou, já que eu não estava raciocinando muito bem, sabendo que nós seríamos as próximas. Alexandra não se deu por satisfeita e ainda soltou a pérola:
''Essa é a minha mais velha, a Eduarda! Ela adora jogar volei, ganhou as olímpiadas da escola!''
O Maurício estava muito tranquilo e respondia com muita delicadeza e educação aos elogios constantes daquela mãe às suas filhas mas, pra mim, ela não estava em seu estado normal. 
O pior é que ela fazia aquilo render e não acabava nunca! Eu e a Gab estávamos loucas pra chegar a nossa vez. Até que nos chamaram e lá fomos nós. Eu ''empurrei'' a Gabriela e disse:
''Vai, filha! Pede o autógrafo pra ele.'' Algo bem óbvio. Meus primeiros sintomas bizarros.
A Gab sentou ao lado dele, calma e serena, com o seu livrinho. Enquanto isso, a mamãe aqui já saiu tirando altas fotos. Ele conversava com ela baixinho, sorrindo e ela respondia da mesma forma. Aquela ansiedade toda que ela trazia, havia sumido! Comecei a me emocionar com aquilo e fiquei ainda mais nervosa. Imagina: minha filha conversando com o cara que me inspirou a entrar no mundo da imaginação e da Literatura. Coisa linda de se ver! Até que chegou o MEU momento. Ele me chamou. Entreguei a câmera à Gab e fui. Nervosa. Sentei com o meu livro. Creio que, naquele momento, voltei a ser a menina que devorava as revistinhas da Turma da Mônica e descobria no mundo das letras um meio de entender a vida e as pessoas. O Maurício perguntou o meu nome. Respondi com dificuldade. Eu disse com muito esforço que lia suas histórinhas quando pequena. Então,  ele disse:
''Flavia, quer dizer que você gostava de ler minhas histórias quando criança?''
Foi quando percebi que a minha voz sumiu. Desapareceu. Simplesmente não saia. Ele me olhava esperando a resposta, enquanto pegava o meu livro para autografar. Meu cérebro  até funcionava, mas meu coração batia acelerado. Com muito custo consegui responder após sei lá quanto tempo:
''Si...sim...'' 
Ele autografou, me agradeceu e disse que se sentia feliz em poder fazer parte da minha infância. Tiramos a foto, fiz um agradecimento com a cabeça e saímos agarradas em nossas livros com a assinatura dele! A jornalista, curiosa e cheia de perguntas não estava ali. Não fui capaz de agir com imparcialidade diante de um dos meus maiores ídolos. E eu tinha tantas perguntas a fazer... E me vi cheia de lágrimas nos olhos. A Gab disse assustada:
''Mãe? Você está chorando??? Não acredito! Que frescura!''
Eu estava chorando e tremendo de emoção. Como diria a minha filha, esse foi o meu melhor dia. 


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Comigo apenas, com o mundo e com o Renato

"Quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo, você me veio como um sonho bom e me assustei..." Há 18 anos escutava esta música em um CD, que tocava em meu ''mini som'', no meu quarto branco com toques sutis em rosa e bichinhos de pelúcia - resquícios de uma infância que se perdia. A composição é do querido e saudoso Renato Russo, a quem eu tenho até hoje imensa admiração e respeito por me apresentar, em uma fase sensível da vida, amor, conflito e poesia com intensa delicadeza. No caminho para o trabalho hoje de manhã, eis que meu iPod me presenteou essa lembrança ao escolher a canção "Teatro dos Vampiros", que leva o mesmo nome do livro da autora Anne Rice que escreveu a obra em 1976 e, 18 anos depois, deu origem ao filme "Entrevista com o Vampiro" em 1994. Neste livro, vampiros reais se passavam por atores que atuavam como... vampiros! Provavelmente, o líder da Legião fez uma analogia para refletir sobre o poder público como um grande teatro, com vampiros sugadores. Posteriormente em um "Acústico MTV" gravado em 1992, o próprio Renato informou que a música surgiu na época daquela novela de sucesso da TV Globo, ''Vamp''. O quinto álbum da Legião Urbana criticava a crise do país da ocasião e a letra, escrita por ele e musicada por Marcelo Bonfá, sugeria as dificuldades de um jovem na transição para a vida madura e também fazia link à novela global. Essa mistura resultou nesta deliciosa canção. Retornar a escutá-la é retirar a poeira escondida pelos cantos e perceber que eu já sei quem sou, além de saber do que não gosto. Em nosso mundo a primeira vez é, sim, sempre a última chance e vivendo como há dez anos atrás, continuo envelhecendo dez semanas a cada hora que passa. Vamos lá, tudo bem... Hoje eu me divirto muito mais do que quando eu tinha 14 anos. Já não comparo tantas vidas e, mesmo assim, não tenho pena de ninguém. O melhor disso tudo é depois de 18 anos amar de verdade como um sonho bom. Sem teatro, sem vampiros. Mas com a canção do Renato sempre por perto.









Pesquisa: http://rebobinandomemoria.blogspot.com.br/2014/04/analisando-letra-teatro-dos-vampiros.html



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Rumo à desconstrução do que nos engessa

Faltando três dias para as Eleições 2014 resolvi pontuar em um papel os nomes e os números dos meus candidatos, a fim de me organizar. Ao colocar na ''ponta da caneta'' a lista daqueles que terão o prazer de ganhar o meu voto ficou ainda mais claro, pra mim, como hoje em dia a escolha de um candidato ultrapassa as ideologias de partidos políticos. Desde que o mundo é mundo nos envolvemos em grupos que compartilham de mesmos princípios, idéias, ideais. Ok. E, segundo conta a História do Brasil, os partidos existem desde a primeira metade do século XIX. Muito se evoluiu desde essa época até chegarmos à realidade de hoje, que sobrevive com 32 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É muito partido pra um só país, não? Os princípios, as idéias e os ideais se ampliaram. Natural diante de tantas opções e oportunidades que o mundo hoje nos oferece e isso é super positivo. Em contrapartida, em meio a tantas escolhas, creio que o cidadão de 2014 busca a verdade e a transparência. Isso é muito nítido nestas Eleições. Talvez até porque as redes sociais em parceria com a intensidade midiática, possibilitem tal enxurrada de informações e ''feedbacks''. Nos tornamos mais exigentes, mais atentos e correndo atrás de respostas urgentes. Eu me tornei eclética ao exercer o meu ''poder de democracia". Quando fiz a minha listinha, me dei conta de que votarei em candidatos de diversos partidos. Olho em volta e reparo que não sou a única a sentir essa diversidade de partidos nas escolhas dos candidatos para o voto. É uma tendência. E acho isso um grande passo rumo à desconstrução do que nos engessa. 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

E que venha o frio!

Um dos maiores aprendizados da vida é saber lidar com a frieza de sentimentos que vem da alma do outro. Talvez o caminho mais fácil para certas pessoas seja esconder o que sente para sobreviver. Isso definitivamente não funciona comigo. Jamais conseguiria suportar viver com uma cobertura de gelo em meu coração. Renasço em cada lágrima que escorre dos meus olhos quando enxergam a mentira, embora eles busquem sempre a verdade. Encontro o equilíbrio quando consigo explorar o sentimento de quem me importa, mesmo quando ultrapasso o limite da fronteira do exagero. Supero meus medos enfrentando os sentimentos mais cruéis que a vida oferece, com os movimentos mais largos, ou até minguados, que um rosto pode expressar. E que venha o frio! Posso ser o calor de uma alma descoberta. 

domingo, 28 de setembro de 2014

Sonhos guardados

Se eu fosse capaz de (aqui) escrever todos os meus amores, me perderia em meio a palavras cobertas de suaves desejos.
Procuro espalhar em longos sorrisos e breves olhares o que a alma traduz como a felicidade de se saber o que quer. 
E já sabendo de mim, ando com os sonhos guardados, já se perdendo pelos caminhos, caindo pelos bolsos porque não cabem em mim!
Não cabem sequer em mim. 





terça-feira, 16 de setembro de 2014

À espera no terminal


E quando o trem passar rumo à oportunidade, entrarei certa de que o melhor não é a chegada, mas sim o caminho percorrido e suas histórias. Alcançar o ponto final significa uma nova busca. Um novo início em um outro terminal.



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Empurro com o corpo


Por mais que o tempo passe e o amadurecimento venha existe algo que não muda em mim: ser romântica. Ah, é tão bom! Tudo bem que ser romântica já não é mais como quando eu era adolescente. Naquele tempo eu não me permitia falar sobre sentimentos e vontades. Sentia vergonha o tempo todo. Ficava travada e perdia muito da vida! Empurrava com a barriga. Hoje eu empurro com o corpo. Sinto, falo. Sinto, escrevo. Sinto, olho. Sinto, toco. E por aí vai! Curioso como tudo se torna mais fácil com o decorrer dos anos. E quando falo em ser romântica significa manter aquele calor, aquela vontade de trocar com quem se ama. E essa troca vai além do sexo. Ela se traduz em dividir conversas, compartilhar ideias e momentos. Repartir sentimentos. Mesmo que num curto espaço de tempo. Ser romântico para muitos é ser cafona, brega. Certas pessoas podem até ultrapassar a barreira do bom senso. Mas isso é partir pro exagero! Mas e daí? Se for real tá valendo. O que alimenta a alma de um romântico é a sinceridade do sentimento. Não perco essa sensação por nada! Se depender de mim mantenho esse tom, essa chama acesa, aqui dentro do peito. Assim. Bem cafona, se preciso for.  ;)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Só mais 17 anos

Sabe aquele medo de ir ao médico? Eu tenho. Muito. Sofro. E quando o médico me encaminha para os exames? Prefiro enfrentar fila, ir ao banco, aguentar gente chata, ver filme de terror, isso tudo multiplicado por 2, mas enfrentar assuntos de saúde me enlouquecem! Acredito que esse medo vem dos meus pais. Passei uma parte da minha vida vendo meus pais frequentarem médicos e, muitas vezes, o resultado era apavorante. Quando eu tinha 5 anos senti que perdi o meu pai. Ele foi diagnosticado com um tumor no intestino. Operou e ficou um tempo hospitalizado. Me lembro do nervosismo da minha mãe. Também me recordo de ficar em casa com avós e tios em um clima tenso. Me lembro até hoje da sensação quando fui visitar o meu pai no hospital: uma mistura de alívio com (muita) felicidade! Foi muito especial poder voltar a ver aquele olhar doce e verde e poder sentir aquela barba sedosa e (só) minha. Ele havia voltado! O tempo passou e, entre exames e médicos, meu pai conseguiu viver mais 17 anos em família, com uma vida bacana, apesar dos problemas que uma vida oferece. Quando eu estava com 22 anos perdi meu pai de novo. Mas dessa vez foi pra sempre. Dessa vez o tumor foi no fígado, uma metástase que jamais foi imaginada pela equipe médica. Cruel. Doloroso. E ele se foi. Pra sempre.
Sobrevivo. E hoje entendo que superar esse medo é um grande desafio. A prevenção é fundamental para se viver com saúde, para se viver mais, quem sabe. Se eu soubesse que teríamos só mais 17 anos juntos...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O tempo a favor do prazer

Sinto que as semanas da vida estão passando muito rápido! Quando penso que tenho fôlego pra resolver tanta coisa, me dou conta que me falta tempo. Tempo é tudo. Outro dia, eu e minha família estávamos comemorando o ano novo e, daqui a uns 3 ou 4 meses, estaremos comemorando DE NOVO mais um ano novo. É muito gostosa a sensação de recomeçar, mas me preocupa tamanha velocidade. Tenho receio de perder os pequenos, porém ricos, momentos de um dia. A vida não se resume aos compromissos! Ou pelo menos não deveria. Em meio às incumbências que precisam ser cumpridas, existe o prazer que necessita ser gozado. Só que aqui, neste mundo, é preciso trabalhar, pagar as contas, enfrentar o trânsito enlouquecedor, estudar, ir ao mercado... Ser gente grande, né? Se fosse possível dar conta disso tudo e ainda se divertir ou, pelo menos, se dar o direito de ficar à toa seria perfeito. Apesar dessa rotina intensa, no fim das contas, fica tudo beleza. O dia termina ok se consigo realizar parte do que espero. E se eu não conseguir fica ok também! A Terra não vai parar de girar, o Sol não vai deixar de brilhar e a minha filha não vai deixar de crescer. Só espero usar o tempo a favor do meu prazer, sem pressa. Melhor engolir o tempo antes de ser devorada por ele. Acho que consigo...

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Aquela história de sempre seguir o coração

Outro dia, uma grande amiga, a Luciana, veio me contar que anda muito desanimada com a vida. Ela estudou durante uns 5 anos para uma prova que a levaria a alcançar o emprego dos sonhos - dela. Mas as tentativas foram frustradas. Depois disso, a Lu se fechou e, de uns tempos pra cá, os olhos começaram a brilhar menos. Acho lindo isso de enfrentar o mundo para conseguir realizar um sonho! Difícil é enfrentar a decepção, que chega do nada, sem ser convidada. Quem disse que não temos que estar preparadas pra tudo? Quem disse que sim? Não existe receita pra vida. Ok. O que temos em mãos é o agora. A história da Lu me faz pensar que sempre vão existir outros caminhos. Quem nunca passou por uma desilusão atire a primeira mentira! Desilusões nos fazem crescer. Sou muito mais mulher hoje porque superei muitos fracassos. Assim como a Lu, já quase me permiti perder o brilho dos olhos. O tempo que passou não volta mais. E ainda tenho muitas histórias para concluir. Ou, quem sabe, perceber que algumas jamais serão consumadas. Vá saber! A minha amiga precisa seguir em frente. Outros caminhos surgirão e ela poderá investir em um novo rumo, mas agora com um olhar diferente, mais firme, talvez. O bom da vida é ter a confiança de que o sol sempre vai brilhar e a noite sempre vai cair pra que tudo recomece de forma clara. Aquela história de sempre seguir o coração funciona muito bem. Acho que ali estão as repostas pra tudo. Pra toda uma história.
The Metropolitan Museum of Art, NYC.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Do consumismo virtual

Pra quem trabalha com notícia o dia inteiro, às vezes cansa ler tanta coisa repetitiva e tantas opiniões diferentes sobre os mesmos assuntos. Como se já não bastasse os web jornais clássicos, os conteúdos das redes sociais e de blogs avulsos jorram informações desprovidas de credibilidade  e semeam uma incessante guerra do "quem vai compartilhar primeiro", seja lá qual for o assunto do momento. O pior é que isso não tem fim. Começa cedo. Logo de manhã já vejo um mundo de informações. Assim que as principais notícias do dia são divulgadas, todos querem dar alguma opinião. E se iniciam os compartilhamentos, de um modo geral, patéticos. Culpa minha que, mal acordo e já grudo os meus olhos no iPhone. Não sou obrigada a ler tudo e confesso que preciso bloquear vários perfis da minha listinha "facebookiana''. Mas me desligar desse mundinho é algo que não posso, ainda, fazer. Pra começar, a minha profissão não me permite. Além disso, família e amigos estão sempre conectados e sinto que preciso manter os laços. Não dá pra fugir. É curioso e natural, mas hoje em dia sair do radar virtual é passaporte para o mundo dos alienados. Por vezes me pego invejando (as poucas) pessoas que possuem tal despreendimento e escolhem não fazer parte deste universo. Mas euzinha ainda permaneço conectada e "bem informada". É preciso sabedoria para filtrar todas as informações. Sobretudo, é preciso maturidade para lidar com o consumismo intenso de textos, imagens e personagens que nos manipulam o tempo todo nesse curto tempo da vida que foi feita pra curtir de verdade, aqui e agora. Que eu não me canse de buscar a verdade.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O sofá de outrora


Tem horas que a única coisa que desejo é voltar pra sala da minha primeira casa. A casa que eu ''nasci''. Na verdade, era um apartamento: dois quartos, uma suíte, um banheiro, uma sala razoavelmente espaçosa, cozinha, área (aonde eu escrevia e brincava de dar aula em um quadro negro que era verde!rs) e dependências da "secretária'' Marilza, a quem eu carinhosamente chamava de Isa! Tudo aquilo me enche de saudade. O cheiro da comida de sexta-feira... toda sexta se fazia peixe frito, purê de batatas, arroz e feijão. Simples, né? Mas pra mim era a melhor comida do universo! E o meu quarto? Rosa e branco. Era recheado de Barbies que usavam polainas rosa shock, estilo anos 80. O banheiro que eu dividia com a minha irmã tinha uma pequena janela que dava vista para a praia. Eu costumava subir na privada pra ficar olhando o mar e o Morro do Pão de Açúcar. Mas o melhor momento na minha antiga casa era quando eu ficava sozinha na sala. Me recordo de sempre me colocar de cabeça pra baixo. Deitava as pernas no encosto do sofá e deixava a cabeça pendurada, quase tocando o chão, e ficava um tempão lá, olhando pra cima. Eu era capaz de ficar naquela posição por um bom tempo. Ficava tudo tão branco, vazio, em paz. Faz muito tempo que não olho pra cima através daquela perspectiva. Creio que se eu fizer isso agora tudo vai ficar menor, sem sentido. E eu que esperei tanto pra crescer, achando que iria me sentir maior, mais presença no mundo! Só que quando a gente cresce as dimensões diminuem. E aquela sensação de grandeza do espaço se evapora. Aquela configuração leve que criei para olhar o mundo se tornou difícil de alcançar hoje em dia. Ainda busco a sensação de outrora que um singelo sofá e um teto branco me ofereciam quando eu ficava de cabeça pra baixo.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Um troço forte que é ser mãe

A minha primeira gravidez me deixou encolhida. Não esperava ser mãe assim tão cedo, tão menina. Há 11 anos e meio a minha filha nasceu: pequena, frágil, com a pele delicada e o cheiro suave. A coisa mais linda que eu já vi em toda a minha vida! Logo de início fiquei com muito medo. Me senti tão frágil quanto aquele bebê. Como cuidar desse ser agora? Por onde começar? Mas mãe tem um troço forte que nasce junto com o bebê. E essa força cresce de tal maneira que toma conta de tudo, inclusive do bebê. E aquele serzinho foi crescendo a cada mês! E eu cresci junto, entre mamadas e trocas de fraldas, entre chupetas e primeiras palavras, entre febres e malcriações. Fui criando essa menina e, de menina, me tornei mais mulher. Hoje vejo em minha filha parte de mim. Nela se reflete a minha força renovada. Ela ainda está se moldando em meio a estojos de canetinhas coloridas, pôster do One Direction e selfies no Instagram. Mas quando ela fala de amor e reconhece a vida com aquele brilho no olhar, eu me reconheço como mãe. Difícil acreditar que àquela menina encolhida tinha tanta força guardada. Graças à minha menina essa força tomou forma de mulher. E seguimos juntas. Juntos. Os desafios não param. E isso é ótimo!
 

sábado, 9 de agosto de 2014

Sobre problemas

Certa vez ouvi uma frase de uma grande amiga que diz: ''nossos problemas são do tamanho da importância que damos a eles``. Acho essa ideia transformadora e madura. Mas só se aprende isso com o tempo. Problemas sempre estão por aí, rondando, como moscas chatas. Eu procuro espanta-los e tento resolver da melhor forma. Alguns são mais fáceis, outros mais difíceis de encarar. O maior problema que já tive, carrego comigo até hoje: a morte do meu pai. São 9 anos sem ele aqui comigo. Estranho, mas a morte dele me trouxe mais vida. Ela me ensina até hoje como superar aquelas bobeirinhas do dia a dia que teimam em se aproximar. Penso que nenhum probleminha tolo, sequer, pode ser pior do que a dor que já enfrentei. Pra que me importar com as coisas pequenas? O que faço atualmente é a minha parte. Levanto a bola e deixo pro parceiro cortar. Tem situações que simplesmente fogem ao nosso controle e, mesmo sendo pequenas, vão se acumulando e, com o tempo, engolem quem está perto. Eu não quero ser engolida. Aliás, hoje eu já sei o que eu não quero. Não há nada mais libertador do que poder escolher. Prefiro dar importância ao tamanho da minha vida, do meu prazer, dos meus sentimentos. 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Papo de salão

Hoje é dia de ir ao salão me embonecar!kkkk É uma delícia cuidar de mim, ter um tempo SÓ pra mim. Mas o melhor mesmo é o papo que rola entre as meninas! Esquecemos por completo a relação cliente/profissional (que é uma chatice) pra discorrer, entre tantos assuntos, sobre trabalho, comida, homens, novela, estrelas de cinema e por aí vai. Até o tema sobre cirurgia de mudança de sexo masculina já foi abordado. Ficamos curiosas para saber como fica o órgão sexual do dito cujo após se tornar mulher. É no mínimo um assunto interessante. E todas se envolvem! Manicures, cabeleireiros, recepcionistas, todas as clientes... A última história que ouvi lá, diz respeito a uma das meninas, Josi, que descobriu a traição do marido pelo Facebook. Reflexo desse mundo virtual medíocre. Ela estava arrasada. Com razão. Josi resolveu fuçar o telefone do cara e leu várias mensagens trocadas entre ele e a ex. As mensagens poderiam não ter nada de mais, porém envolviam convites de almoço e elogios a fotos. Patético. O que mais me impressionou nesta situação de infidelidade (troca de mensagens com teor de flerte, pra mim, é traição) é a reação de Josi. Ela deixou bem claro que o trairá e só não o fez porque não teve ''oportunidade". Questionei tal atitude dela, perguntando se isso vai resolver o problema. Sugeri à Josi seguir em frente, sem o mané. O simples e lindo fato de possuir independência financeira permite à Josi agir dessa forma. Ela me respondeu dizendo que já está decidido e que ''a melhor vingança é dar o troco na mesma moeda''. Acho que a verdade é que cada um tem o que merece. Apesar da independência financeira, Josi sofre de dependência emocional. E ela segue reconstruindo a sua vida, à espera do momento certo para trair o marido. E lá vou eu fazer as unhas e reconstruir os fios dos meus cabelos! Adoro.



Uma oração para um coração insatisfeito.

Que o meu coração possa sempre me levar às perguntas que eu nunca quero fazer.

Senhor, dá-nos sempre um coração insatisfeito. Dai-nos um coração onde possa se manifestar às perguntas que nunca queremos fazer. 
Retira-nos do nosso conformismo. 
Que possamos sentir o gosto pelo que temos, mas que entendamos que isso não é tudo. 
Que possamos entender que somos pessoas boas. Mas, sobretudo, que nos perguntemos sempre onde podemos melhorar. 
Porque, se perguntamos, é bem possível que Tu venhas e nos abra horizontes que antes não conseguíamos enxergar.

http://g1.globo.com/pop-arte/blog/paulo-coelho/1.html

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Matando um pouquinho a saudade da minha NYC.

Os fotógrafos Jamie Beck e Kevin Burg criaram uma série de gifs animados mostrando seu ponto de vista de Nova York através de seus óculos Armani.




Achei esses gifs MAIOR LEGAL! Dá pra matar um pouquinho a saudade de Nova York.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O parente distante

Hoje uma amiga me disse que um parente distante, porém sempre presente no coração, tentou tirar a própria vida. Sempre que escuto casos como este fico pensando, "Meus Deus, que horror!", "Nossa...como alguém é capaz?" e tal... Mas quer saber? E se o cara realmente desistiu de tudo? E se ele não vê razão nenhuma pra seguir em frente? Pelo menos esta escolha, a da morte, ele pode ter, não é? Dizem que é pecado se matar. Pecado maior (eu creio) é sofrer sem escolha. Não quero levantar bandeira de nada. Só prefiro acreditar que a escolha é algo muito particular e que aprendemos desde a infância a julgar comportamentos e atitudes que fogem à normalidade. Sou dessas que pensa positivamente! Acredito e boto a maior fé na busca constante do ''tente outra vez''. Recomeçar é deixar pra trás o que não serve mais, seja lá o que for e como for. É renascer. Sem julgamentos, sem culpa.

Metropolitan Museum, NYC

terça-feira, 29 de julho de 2014

A cada passo

Soho, New York, New York.
A cada passo, o tempo encurta, as costas sentem e é menos uma expectativa, menos um suspiro.
Sigo caminhando. 
Nunca linda o suficiente, mas sempre pronta.
Às vezes ciente das incertezas. Às vezes não.
Sigo sorrindo. 
A cada passo.