quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Um belo dia

Trabalhar. Viver em um mundo capitalista nos leva a um "belo dia" ter que trabalhar. Bom. Trabalhar pode ser bacana, ter uma função no mundo, conhecer parceiros, aprender. Ok. Pode ser divertido também. No meu caso, quanto mais me arrependo em ter escolhido o Jornalismo e suas vertentes como meio de trabalho, mais me encanto por essa profissão tão delicada e necessária que consegue sobreviver com pouco (e porcos) neste país tão cruel. E vice-versa. Em meio a esta realidade assumo que o trabalho é porta aberta para o mundo da liberdade. Uma vez que passamos por esta porta sabemos que lá é a entrada para adquirir tudo aquilo que sempre representou o sonho. Pra mim, além das contas prioritárias, poder viajar, comprar mimos para a minha filha, bancar a minha casa, sustentar o meu carro, enfim construir o meu caminho. Triste assumir, mas terei que trabalhar por toda a vida pra pagar o que eu necessito e o que eu desejo. Triste não pelo trabalho em si, mas por ter que me submeter a situações contrárias ao que acredito; seja pelas regras da empresa, seja pelas regras sociais, seja por "profissionais" vazios e submissos mascarados de competentes e de bom coração. Minha mãe sempre disse que a "a vida é assim mesmo". Meu pai sempre me avisou que eu " deveria ter feito concurso público". Meu marido diz que "não existe trabalho perfeito". E o que EU vou dizer à minha filha e aos filhos que vierem? Como ensiná-los a ter ideias e ideais neste país que não me permite acreditar? Não posso. Tem algo errado. Eu já tive a oportunidade de trabalhar com o que amo. Sei o que é isso. Acordar segunda-feira louca pra trabalhar. Sei o que é e sei que isso existe. De alguma forma existe. Acontece que escolhas são feitas através de renúncias. E aí é outra história. Dentro desta. Até aonde vai o meu desejo? Até aonde consigo me libertar? Acho que a prisão é constante quando se paga contas. Se eu quiser ter o direito de sonhar, então... Perpétua. A busca para encontrar a felicidade possui uma sombra, que fica sempre rondando a gente. A saída talvez seja trabalhar.

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