quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Preguiçosa de mim e do mundo

Tem dias que eu sinto preguiça. Muita preguiça. Preguiça de manter a calma quando alguém cisma que eu não mandei um e-mail que deveria ser enviado antes de uma bomba explodir. Preguiça de assessor de imprensa sem educação e eu não consigo me acostumar. Preguiça de gente que demora pra se servir no self service. Preguiça de me calar quando eu quero mandar ''tomar naquele lugar''. Preguiça de pessoas que espalham o terror com um simples olhar. Preguiça te dar um telefonema quando eu poderia apenas escrever uma mensagem. Preguiça de escrever uma mensagem quando eu deveria simplesmente ignorar. Aquela preguiça de ter que cumprimentar quem não merece sequer um pedacinho do meu bom dia. Preguiça de discutir sobre a política do Brasil. Preguiça de informar a quem devo informações e, mais preguiça ainda, de ter que elaborar brilhantemente como e através de qual meio fazer isso. Preguiça de valorizar quem não merece crédito. Preguiça de sentir saudades de um tempo que eu não sei. Preguiça de pensar com que roupa eu vou quando, na verdade, eu nem sei se gostaria de ir. Preguiça de ter que me lembrar hoje sobre o que eu não posso me esquecer amanhã, mas eu queria mesmo era esquecer amanhã para eu me concentrar somente no hoje. Preguiça de saber que eu não sei nada e nem saberei nunca, enquanto eu continuar buscando repostas a respeito do que é impalpável, notório ou raro. Preguiça de atitudes previsíveis e que não me acrescentam em nada e, ainda assim, eu acabo me encontrando com elas. Preguiça de subestimar meus instintos quando eu deveria sempre confiar na segurança que eles me oferecem; nesta vida. Preguiça de lutar contra a culpa, essa peste que quer me viciar desde quando eu me entendo por gente. Preguiça, preguiça, preguiça. Eu tenho direito de sentir de vez em quando um pouquinho de preguiça. E tem dias que é exatamente assim que eu me sinto. Preguiçosa de mim e do mundo. 

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