domingo, 20 de setembro de 2015

Em pleno setembro

Meta: acordar às 6h e sair pra se exercitar na praia. Todos os dias. Ou, pelo menos, três vezes por semana. Simples assim. Jamais imaginaria que essa simples tarefa que me propus a executar seria tão intensa! Primeiro porque acordar às 6h every day é um sufocoooo. Que esforço... Quando o relógio desperta, eu penso: "Vamos. Vai valer a pena." E, segundo porque a prática de circuito na areia exige esforço, ainda mais quando se vive com o calor do Rio. Mas a melhor parte é quando termina! Missão cumprida. E você poderia me perguntar... Mas porque essa meta? Em pleno setembro? Por vários motivos. Dentre eles, porque pra começar alguma coisa não importa mês, dia, hora, gente... Basta começar. Porque mulheres, de um modo geral, vivem a buscar uma forma de eliminar as gorduras e as celulites que se instalam por entre o corpo. Porque sempre pratiquei esportes e de uns tempos para cá andava meio ausente deste universo delicioso (e talvez por isso as gorduras e as celulites ganharam espaço). Porque preciso movimentar e fazer circular muito esse sangue que corre nas veias, até quando eu ficar véia! Fazer o corpo suar e liberar energia também faz um bem danado pra cuca! Libera aquele famoso hormônio do prazer e acho que uma das razões daquela sensação de bem estar ao final do treino está relacionada e isso. E, cá entre nós, se exercitar cedinho, pela manhã dá um gás muito bom pra continuar o dia! Você inicia as outras tarefas com outra mente e com o corpo mais disposto. Incrível! Já havia me esquecido dessa sensação. É tempo de recomeçar. Limpar as gavetas de roupas velhas, renovar com novas, purificar o corpo, de dentro pra fora, com amor, com fé e, sim, em pleno setembro.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A palavra tem poder - Por Paulo Coelho




Fazendo anotações - Paulo Coelho


Escrevo sempre, e acho muito importante escrever. Se pudesse dar um conselho, diria a todo mundo: escreva. Seja uma carta, ou um diário, ou algumas anotações enquanto fala ao telefone - mas escreva.

Escrever nos aproxima de Deus e do próximo.

Se você quiser entender melhor seu papel no mundo, escreva. Procure colocar sua alma por escrito, mesmo que ninguém leia - ou, o que é pior, mesmo que alguém termine lendo o que você não queria. O simples fato de escrever nos ajuda a organizar o pensamento e ver com clareza o que nos cerca. Um papel e uma caneta operam milagres - curam dores, consolidam sonhos, levam e trazem a esperança perdida.

A palavra tem poder. A palavra escrita tem mais poder ainda.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sem volta

Não é possível viver com um peso a mais. É com pesar que viro as costas, bato a porta e saio. Me retiro. Atiro pro alto a carga extra pra bem, bem longe de mim. Sem volta. Revolta!


quinta-feira, 26 de março de 2015

Tomo o silêncio como minha voz

Tomo o silêncio como minha voz porque só é possível entender quando se consegue parar para escutar. Na mesma medida em que me abro para o silêncio, me cubro de paz porque sou capaz de compreender cada momento presente como fonte de sabedoria que semeia o meu futuro. O passado eu deixo lá atrás, junto com as vozes que sem tempo ou bom senso teimavam em se proliferar na angústia de pensamentos fracos e sem valor. Sou mais eu quando me ofereço ao vazio e me jogo lá de cima do último andar do meu ego para me fazer mais segura lá embaixo, aonde piso firme com calma e descalça. Me desapego! Livre de sapatos que apertam os meus pés e escondem minhas unhas pintadas de esmalte cintilante. Livre de barulho! Agora sim, caminho devagar. Sem ruídos, sem pressão. Sem parar. No silêncio que escuto calada. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

A paz vem em seguida


Existem momentos na vida que não adianta questionar. Não mudará a rota se encher de perguntas em meio a estradas vazias de respostas. De nada resolve contestar determinadas situações que se sucedem ao redor. Em algumas ocasiões a melhor saída é não entrar. A melhor escolha é recuar. O melhor caminho é desconstruir. Por vezes, em meio a um furacão tremendo, o mais adequado é puxar uma cadeira e sentar. Ser capaz de observar o turbilhão de problemas calada... Sem esforço em meio à crise. Até a poeria baixar e ser possível continuar. Soa estranho, mas funciona desacelerar quando tudo e todos só aumentam a velocidade. Dê a ré e volte devagar! Mesmo que leve mais tempo para que tudo recomece sem peso. 
A paz vem em seguida.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Sobre a tristeza

Todos os dias um pouquinho da tristeza que habita dentro de mim se desprende de algum jeito. Às vezes, ela sai por meio dos meus olhos, descendo pelo rosto em forma de água salgada, que muitas vezes me afoga com uma onda enorme de frustração. Me recupero, me ajeito e após um tempo me renovo como quem sai de um susto. Retomo aliviada, com menos um peso em cima das costas. Ocorre que as dores são muitas! Para umas, necessito de um tempo sozinha. Por vezes apenas para pensar em silêncio. Algumas outras são resolvidas com um desabafo, seja escrevendo ou até mesmo conversando com uma pessoa querida. Nada como ter uma pessoa que significa tudo quando se quer dividir uma inquietude. Tem vezes que basta ouvir uma música boa! Uma canção daquelas que nos abraçam e nos beijam por meio do ritmo e de palavras que conseguem motivar e até mexer o corpo! Em alguns outros momentos liberto a tristeza com suspiros intensos, deixando sair aquela angústia que quer invadir o peito e me sufocar de repente. Tomo fôlego para me reconstruir e me deixar aquietar para que, com calma, eu possa restaurar a esperança, ciente que tão logo a vida segue o rumo com seus mistérios e surpresas sem fim. A tristeza está sempre presa em algum lugar por aqui. Não há como fugir totalmente dela. O que faço é deixar que ela se dissipe, que ela se evapore e jamais, em hipótese alguma, que ela crie laços por dentro. Ela pode e deve sair. Basta descobrir qual o melhor modo de fazer com que ela escape.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Uma brecha para a mudança

O Domingo é capaz de deixar bem claro o que é a angústia do recomeço. O medo do novo. A Segunda-feira é como uma sombra, que aos poucos vai se revelando um monstro no fim de um Domingo. É na Segunda que temos a certeza de que precisamos daquela força pra seguir a vida e seus mistérios. Isso, se analisarmos o tempo de acordo com uma semana tradicional e quadrada. Se deixarmos de lado essa tristeza, esse sentimento escuro que o Domingo oferece, por saber que temos um Segunda pra enfrentar, a primeira coisa a fazer é olhar o recomeço como uma oportunidade. A Segunda pode e deve ser uma brecha para a mudança. Mudar o que está ruim, trocar o velho pelo novo, atualizar ideias, se desfazer dos maus hábitos, valorizar o que merece ser valorizado. Para isso, basta esquecer o pensamento tradicional do tempo, caracterizado pelos dias da semana. O velho bla bla bla necessário para ordenar nossa vida em sociedade. Melhor pensar que há muito mais do que a preguiça de acordar cedo pro trabalho. Chega de focar nos problemas que podem se abrir numa Segunda. Qual recomeço se dá sem obstáculos? A Segunda pode ser apenas o início e os problemas podem aparecer na Terça, na Quarta... Eu já tô me recomeçando. No início do ano apertei o botão reset que há em mim. Já sinto resultados se desdobrando. O medo teima em me acompanhar. Mas a coragem segue aqui, de mãos dadas. Olho o calendário e aposto num amanhã colorido, posto que é segunda. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Se for fim de caso


Se não fosse por ontem hoje eu não estaria mais esperta para amanhã. Tenho aprendido a dizer não. Sim, agora já sei que o não me apresenta a liberdade de escolha diante daquele que me tem como fácil. Difícil é seguir sem essa segurança! Preciso dela como guia do equilíbrio e da sensatez. Se ela se perde, não me acho mais! A busca é constante porque o hoje é o que tenho em mãos para saber como lidar com o amanhã que um dia será o ontem de uma experiência que já se perdeu. Cada momento é uma oportunidade de vida que precisa ser abraçada. Que o sim seja sabiamente dito, se o coração estiver aberto. E que o não possa dar o ar da graça, se for fim de caso. Dou graças porque o meu hoje está só começando!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Sobre o tempo

"Como poderia explicar minha teoria de maneira mais simples? Coloque sua mão em uma placa quente por um minuto, e isso vai lhe parecer uma hora. Sente-se ao lado de uma linda moça por uma hora, e isso vai lhe parecer um minuto – eis a teoria da relatividade."

Essa teoria explicada assim, de maneira simples, acalma meu coração acelerado nesse tempo que é eterno e, ao mesmo tempo, curto no espaço de tudo o que eu quero e preciso experimentar da vida. Vendo dessa forma, parece que tenho tempo de sobra. Meus desejos são completamente relativos à qualidade da entrega de cada tempo que me ofereço de presente. 


Fonte: A teoria da relatividade de Einstein (Paulo Coelho)

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Caem as máscaras

A alegria do carnaval é efêmera. No carnaval, desejos presos são convidados à liberdade. De maneira fugaz é permitido vestir a fantasia do prazer guardada no fundo do armário da repressão. Tão convidativo que me solto! A cidade me acolhe ao som de blocos coloridos cobertos de sons e batuques sem sentido e me deixo envolver, imergindo na cidade que não tem mais dono. Terra de ninguém. A lei é fazer valer a pena. Pena é não se deixar levar pela folia! E uma vez que se pisa na rua pra brincar carnaval, não falta confete pra jogar em cima dos problemas reais de uma vida banal. Esquece! Tá tão bom! Parece que não tem fim. E vem uma serpentina voando do lado de lá. Alguém me beijou? Quem? Um Palhaço? Hoje pode! Sou Colombina. Ou seria uma Sereia? Ontem era Cleopatra... Tomo mais um gole dessa ilusão que me parece concreta. Não pertenço a nada. Nem me pertenço! Por isso eu posso. E eu sei de cor o que acontece com tanta alegria... Acontece que uma hora acaba. E vem a quarta-feira de cinzas. Triste que só ela! E leva meus desejos coloridos. Mas nem consegui realizar todos ainda! E tava tão bom... Só resta catar confete no chão de restos. Caem as máscaras. E ainda não sei quem sou. Ah! Eu era uma Bailarina! Eu acho. Não sei. A alegria do carnaval é efêmera. E já chegou quarta-feira.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Só falta querer isso: matar a saudade!


O processo de aprender a desapegar e receber o novo é uma constante estrada a ser trilhada por uma vida. O tempo ajuda a encarar o desafio de seguir sem olhar pra trás, mas não ensina a lidar com a saudade. A saudade... Ela é capaz de apertar o peito e não saber ir embora. Coisa rara, mas às vezes ela pode vir como uma lembrança boa, nos fazendo reviver momentos únicos e lindos. Outras vezes a saudade chega cortando como uma rajada de vento gelado; e não há cobertor que aqueça. Quem dera a saudade poder ir embora e não me sufocar mais com o vazio das ausências. Aquelas que mais me fazem falta. Só falta querer isso: matar a saudade! Só que a morte da saudade implica em não viver a experiência de amar, de se entregar de coração aberto. De sentir ainda mais. Ah... Melhor cuidar da saudade, sabe? Deixá-la viva e correr riscos. Pronto. Arrisco sentir saudade no futuro pra mergulhar em todos os amores intensos que me são oferecidos no presente. Amor é presente. Pronta! Que venha mais saudade.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Sem filtros

IAo meu redor vejo pessoas felizes. Pessoas de sorriso largo, dentes brancos e frescor na cara. Gente que transcende lugares feios e apresentam o melhor da vida. Imagens com background colorido e paisagens tão perfeitas que quase saltam da tela. Dificilmente estão sozinhos. São rodeados de amigos. Os melhores. Aqueles que traduzem o sentimento mais puro, mais ensolarado, mais bonito. Sempre repletos de 'muito amor envolvido'. Os momentos congelados dessas pessoas representam uma vida sonhada à espera de ser consumida por quem assiste de longe. Dá gosto de ver. Desgosto de não ser. Conseguir chegar perto de toda essa essência 100% positiva durante todos os dias do ano nada mais é do que se tornar apenas um perfil fake por trás da grande farsa virtual de uma vida vazia. Somos consumidores de uma sociedade escondida através de imagens deturpadas por meio de filtros, paisagens caracterizadas pelo lugar-comum, comidas consideradas desejáveis por todos e belezas idealizadas como fonte de atenção. Atenção! O mundo é maior. Somos aquele grãozinho de areia no meio de uma praia perdida nesse planeta misterioso. Vale sempre lembrar que a graça de viver está no aqui e agora, na chance de recomeçar e nos pequenos detalhes dos momentos vividos de verdade. Isso é o que vale. Procure. Olhe pra dentro. Desapegue-se do que vem de fora, não te pertence! E seja feliz! Sem filtros. 

A busca é colorir esta sexta-feira cinza

Sexta-feira cinza. Preguiça pra acordar. Meu marido me acorda com cara de desânimo, reforçando o nosso sentimento matinal. Me arrasto pro banho, me visto e tomo meu cafe, lendo as notícias do dia e os e-mails de trabalho. Escovo os dentes e saio de casa. No corredor do prédio que moro, aperto o botão do elevador com força, acreditando que isso fará com ele chegue com mais velocidade. Pego um táxi na esquina de casa e peço que ele vá com pressa pro Centro, enquanto abro bolsa e vou me maquiando. Ah, solicito que, por favor, ligue o ar condicionado rápido! Ele me acalma, dizendo que vai ligar e me dá um alerta sobre a minha latente afobação. Ele atingiu sem piedade o meu ponto fraco. Confesso que achei bom o toque do taxista, uma vez que tenho lutado contra a sombra da minha ansiedade. Queria que ela não me atormentasse mais. Mas não dá pra evitar. Tudo culpa da minha Lua em Gêmeos. O taxista deu continuidade ao assunto dizendo que a sexta-feira chegou muito rápido e que esta semana voou - outro dia era domingo! Concordei. Acho mesmo que as semanas, os meses, os anos estão correndo em um ritmo intenso. Isso me fez pensar sobre o que eu tenho feito em meu cotidiano. Marco eventos da minha filha, pago contas, leio meus livros, faço o meu trabalho, comemoro aniversários, agendo hora na médica, ligo pro pedreiro, faço obra em casa, almoço na minha sogra, tomo cafe com a minha mãe, vou a um show com meu marido,  tomo um chopp entre amigas, brinco com meus sobrinhos... É sempre muito bom! Mas não sei ao certo se estou aproveitando cada segundinho desses momentos, porque sempre me pego, já, pensando nas obrigações que irão se seguir. Se estou entre amigas numa terça-feira à noite, por mais que o papo esteja bom, sei que terei que passar no posto pra abastecer o carro e aproveitar pra sacar o dinheiro da faxineira no caixa eletrônico. Os dias seguem. E quando eu vejo já chegou sábado! Penso que isso tudo é muito bom e normal. Uma vida é cheia de obrigações e necessidades. Mas eu preciso de um tempo. De tempo pra focar em uma calma que caminha de forma oposta à direção do corre corre da vida. É preciso descobrir um jeito de colocar mais cores leves na agenda semanal. Quem dera conseguir relaxar pra gozar de cada minuto dos momentos desta existência. Sem pensar no que terei que fazer amanhã e depois, e depois. Comemorei 33 anos na última quarta-feira! Em família! Foi aceleradamente delicioso! Daqui a menos de duas semanas é Quarta-Feira de Cinzas. Já! Mas a busca agora é colorir esta sexta-feira cinza, porque em breve vou acordar em um sábado que poderá ter a cor que eu pintar. Que seja leve e que não me falte uma vasta cartela de cores...


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cheiro de Maresia

Hoje é 2 de fevereiro. Essa data sempre foi e sempre será especial em minha vida... Fui criada com o cheiro de maresia. Cresci em uma cidade com a praia a alguns passos da minha casa e até hoje essa é a minha realidade. Para completar, tenho uma mãe que sempre foi frequentadora assídua de praia, me levando desde pequena para a areia fofa, de biquíni e com o tempo, até aprendi a catar tatuí. Descobri logo como se faz castelinho na areia, tomei vários caldos furando onda e pegando jacaré e amava brincar de encontrar conchinhas coloridas. E aquele sol de praia que aquece dourado? Também já engoli muita água salgada quando me afogava de tanto nadar. Depois ficava com o biquíni cheio de areia! Pisei em espinha de peixe e, por vezes, senti a areia pinicar na pele. Ui. Quanta saudade. Hoje, ainda sou apaixonada pelo mar e sua brisa que acalma. Mas as descobertas da infância suja de areia ficaram guardadas na gaveta das memórias (aquelas mais gostosas!). Nascida em 4 de fevereiro, tenho extrema afeição por Iemanjá, que no Brasil é um dos orixás mais populares e reverenciados do Candomblé. Não tenho religião. Mas tenho fé. E, sobretudo, tenho admiração por arquétipos que refletem os aspectos humanos mais sutis. Nossos sonhos. Nossos defeitos. Nossos ideais. E Iemanjá, que é lembrada e reconhecida em nosso país dois dias antes do meu aniversário, sempre me deixa com a fé mais apurada por saber que carrego um pedacinho dessa energia feminina, de luz, que exala força de mãe e busca o amor na sua mais nobre essência. Que eu possa contemplar sempre essa imagem do mar em minha história. 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Meu bem

Meu bem. Se eu errar é porque ainda não soube dar o melhor de mim nesses desencantos trazidos pela vida. E se um dia eu acertar, prometa que vai reconhecer entre beijos e palavras de afeto que eu sou aquela que lhe garante a segurança que você tanto busca no cantinho reservado do peito. E se você não puder fazer isso, meu bem, apenas me abrace com seu olhar de confiança - que eu já conheço bem. Ah, meu bem, mas se eu enfraquecer esteja ali e seja o meu suporte para que eu levante. Não me deixe notar logo de início que é o fim, se uma lágrima cair. Mas me mostre a realidade, com cuidado, mesmo que suas palavras sejam firmes e duras. Ah... Não me faz mal. Me faz bem. Se você conseguisse, meu bem, medir o tamanho da minha coragem, jamais se prenderia às minhas aflições. Já sei voar. E voo mais alto ao seu lado. Se lembra? E você, sabe, eu já fui uma alma a perigo, rodeada de sombras e de pouca luz. Se você me permitir com o tempo, meu bem, te apresento algo novo nesse nosso caminho curto, mas que traça longas curvas, eternas histórias, grandes lembranças de uma troca que nos supera a cada minuto que nos toca. Bem assim, do nosso jeito. 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Breves encontros

Há uns três anos atrás fiz amizade com a Paula. A conheci através da Ana, uma grande amiga. Eu e Ana fomos em um Cafe e lá estava a Paula. Uma moça nova, uns 36 anos, doce, gentil e de voz mansa. Estava acima do peso, os cabelos em corte chanel, roupas simples e coloridas e usava óculos grandes. Pouca vaidade, tanto que ela aparentava ter mais idade. Mas era possível ver naquele olhar, mesmo que sutilmente, uma mulher bonita escondida. Ficamos no Cafe jogando conversa fora naquela tarde, em meio à leveza de histórias divertidas. Depois de algumas horas, nosso papo foi interrompido por Paula que precisava sair para uma consulta médica. Nos despedimos e ela seguiu para seu compromisso. À sós com Ana, fui surpreendida com a notícia de que Paula estava doente. Tinha câncer. Meu coração se partiu. Custei a juntas os cacos. Uma moça tão nova, como eu e minhas amigas! Passei a encontrar a Paula por vezes para um cafe, sempre com a Ana. Outras vezes a encontrava sozinha, pois morávamos próximas. Com o tempo, a Paula começou a usar peruca, para suprir a falta dos belos cabelos lisos e brilhosos que ela tinha. E ela seguia com os tratamentos. Seu peso aumentou relativamente e eu creio que tenha sido pela ansiedade à doença. Não devia ser fácil, embora ela estivesse sempre sorrindo. Até que um dia ela me disse que os exames deram positivos com relação à melhora! Fiquei feliz. Seus cabelos voltaram a crescer aos poucos e isso foi bacana de se ver! O tempo passou e um dia a encontrei na rua, rapidamente. Perguntei sobre a vida e ela disse que "tava tudo bem". Paula mandou um beijo para a minha filha, demos um abraço carinhoso e nos desejamos tudo de bom uma para a outra. E ficamos um bom tempo sem nos ver, mesmo morando perto.
Recentemente, vi que era aniversário dela no Facebook e deixei uma mensagem carinhosa de parabéns! Após alguns dias, recebi a notícia da mãe dela pelo Facebook, agradecendo a felicitação, mas dizendo com pesar que a Paula havia nos deixado há cinco meses. Meu coração se partiu mais uma vez. E dessa vez, os cacos se espalharam com tanta força que foi ainda mais difícil juntá-los. Ela simplesmente se foi. Na mesma hora entrei em contato com a Ana, que não me avisou para me poupar do sofrimento. Senti um carinho enorme com esse cuidado. Mas como eu mesma poderia me poupar da existência da morte? A perda é algo que não nos permite um preparo, por mais que alguma doença sugira isso, como foi o caso da Paula. Sempre há uma luz que nos faz enfrentar o medo da morte. E quando ela chega, nos damos conta de como somos grãos de areia diante desse universo. É difícil viver sabendo que ela está sempre por aí, rondando, mesmo conscientes de que a única certeza dessa vida é justamente a existência da morte. Para algumas culturas e religiões, a morte significa uma libertação. Para outras, representa o fim. Em alguns casos traduz a existência de uma nova vida. São inúmeras crenças para lidar com tamanho mistério. A Ana me disse que a Paula se foi de maneira rápida e em paz, o que me acalenta. Me encolho, medito e agradeço à vida por seus encontros acolhedores, mesmo que breves, como um suspiro.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Dê o fora!

Existe algo de bom em encontrar pessoas caracterizadas como ''do mal": o fato de que, na mesma proporção, esbarramos com aquelas conhecidas como pessoas ''do bem". Ao longo da vida experimentamos diversos encontros assim. Talvez isso se dê pelo equilíbrio natural do universo. Até porque, de um modo geral, nós, considerados ''do bem" - faço questão de me incluir -, não somos completamente bons, nem 100% ruins. Temos um pouquinho de cada lado. A má notícia é que não assumimos nossos piores sentimentos. Quando por exemplo somos surpreendidos pela inveja. Sim. Dói assumir isso. Não falo da inveja branca. Falo da inveja preta mesmo! Exemplo: aquele amigo ou parente que se realizou em algum ponto que reflete a sua decepção. Ou quando a raiva invade e a vontade é quebrar alguém ou alguma coisa de alguém, ou deixar de olhar com carinho para algum ser quando nos sentimos injustiçados. Isso tudo negamos, não falamos. Negamos para nós mesmos! A boa notícia é que, segundo os profissionais em Psicologia, esse tipo de feeling é normal. Afinal, somos humanos. Com o tempo, podemos usar o bom senso, somado à capacidade de superação dos medos e das angústias e somos capazes de viver tais sentimentos ruins sem invadir o espaço alheio, o que significa não sacanear o outro apesar do desgosto feio, baixo e negativo os quais podem nos tomar. Ou seja, as pessoas ''do bem'' conhecem essa possibilidade de controlar a malícia que chega e domina. Isso as difere das pessoas ''do mal'', gente que não sabe, não consegue ou, pior, não quer domar tamanha caída de bola. E vai com tudo. Passa aquela senhora rasteira em um alvo e pode até derrubar quem estiver pela frente. No trabalho tem muito disso. Na família também. No esporte. E por aí vai. Por isso, mais do que preparado para saber lidar com os piores sentimentos internos, é preciso estar pronto para a guerra contra o mal que vem de fora. Eu recorro a tudo: santos, Jesus, crenças, amuletos, energias naturais, pensamentos positivos, tarô, astrologia (amo!) e o que quer que seja do bem. Mas uma das saídas que mais estão me ajudando a enfrentar gente ''do mal'' é o uso do fora. O famoso fora. Aquele curto e grosso. Com muito limite, de preferência. Esse é um dos melhores patuás contra gente ''do mal''. Respire fundo, pense rápido e dê o fora!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Minha experiência de fé em uma ida ao shopping



Levar o carro pra lavar hoje me fez conhecer a linda história do profeta Moisés. Deixei o carro no estacionamento do shopping e, como a lavagem iria demorar umas duas horas, achei mais proveitoso consumir um filme e pipocas, ao invés de roupas, sapatos e afins. Adoro roupas, sapatos e afins. Não vou mentir. Mas hoje eu estava mais para cinema.

O cinema tem o poder de nos levar do aqui e agora para lugares, situações e sentimentos intensos e inusitados! Tenho total consciência do que a ficção é capaz. E sei dos interesses dos meios de comunicação e da cultura de massa, bla bla bla. Tanto que o filme foi proibido no Egito por acreditarem que a história do profeta tenha sido distorcida. Ok. Eles possuem uma outra visão histórica, religiosa e cultural sobre Moisés. Mas me rendo ao prazer de assistir a um filme bom, bem produzido, com atores fortes e uma história intensa e difícil de se ''contar". Não tenho religião e não possuo conhecimentos técnicos sobre a bíblia, que no caso da história de Moisés gira em torno do primeiro Testamento. Sempre achei as histórias bíblicas interessantíssimas. Hoje acredito que aquilo tudo são metáforas - o que ainda me deixa mais interessada - e que muitas histórias devem ter sido descartadas daquele longo, longo, longo, longo livro que possui diversos livros dentro. "Êxodo: Deuses e Reis" é dirigido por Ridley Scott e protagonizado por Christian Bale, que interpreta o profeta Moisés. O filme fala da libertação do povo hebreu no Antigo Egito. O que me tocou na telona, de fato, é como Moisés é representado. Divinamente interpretado por Bale, um ator genuinamente intenso, Moisés é um homem que, com o tempo, se descobriu adotado por uma rica e poderosa família de egípcios, quando na verdade sua origem era hebraica e pobre. Ele se viu condenado. A partir disso, foi guiado a seguir o caminho da fé nesse Deus que não vemos, mas que sentimos bem lá no fundo do ser. A vida dele mudou completamente diante de tantas revelações. E a história representa, para mim, a construção da fé, da renúncia, do amor. Quem nunca foi surpreendido na vida por uma situação que nos leva a alterar caminhos, desconstruir planos, mudar a rota e ganhar mais fé? E mais ainda: quem nunca teve que lutar para alcançar a liberdade? Ao longo da vida passamos por diversas revelações, assim como Moisés e precisamos seguir em frente. Enfrentamos pragas. Deixamos pra trás pessoas, origens, amores e crenças. Subimos montanhas se for preciso. Abrimos o mar! Sempre em busca da liberdade e da fé.

Por fim, Moisés escreve e deixa registrado os dez mandamentos escritos por Deus, difundidos até hoje. E eu, após assistir essa incrível história, volto pro estacionamento e busco o meu carro - limpíssimo -, louca pra chegar em casa e escrever, deixar registrada, essa minha experiência de fé em uma ida ao shopping.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Com Amor

Não. Não me acostumo com a falta de Amor. Simplesmente não dá. São quase 33 anos de necessidade de viver o Amor. Não falo do Amor nas relações íntimas. O Amor pode se fazer presente de outras formas. Falo do Amor do dia a dia que se baseia nas palavrinhas mágicas que aprendemos lá atrás, por volta dos 2 aninhos... O ''bom dia'' logo cedo - que nunca fez ninguém perder a voz -, o ''com licença" puro para seguir um caminho, o ''desculpe" sincero, caso você esbarre sem querer em alguém, o ''por favor" gentil, quando se precisa de alguém (quem consegue fazer tudo, tudinho, completamente sozinho?) e o ''obrigada'' verdadeiro, reação aprazível a quem nos ajuda, acolhe, atende. Por vezes o estresse e as preocupações da vida nos invadem com sentimentos duros. Não quero, aqui, dizer que jamais me sinto mal e que consigo espalhar a alegria todo o santo dia. Quem dera! Tem dias que busco a energia não sei de onde para acordar pela manhã. E, nesses dias, o mundo nem imagina o tamanho dos meus problemas e das minhas aflições. O mundo não tem culpa. O mundo e eu somos apenas vítimas dos dissabores inevitáveis dessa vida. Fechar a cara e fingir que os outros são invisíveis ou culpados por alguma frustração própria não vai resolver nada. Às vezes basta um sorriso para se conseguir chegar aonde quer! Mas aí só vale o sorriso verdadeiro, o do fundo da alma. Aquele que transforma! Simples, claro e direto. Mas se ainda assim for muito difícil sorrir, o segredo está em manter a amorosidade no dia a dia. Ou simplesmente não sair de casa, até você "resetar". Mas se a obrigação te chama, apenas use as palavrinhas mágicas. E coloque Amor em sua vida! Quero viver mais 3 x 33 anos assim. Com Amor.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Temos o mundo!

Em toda virada de ano, costumava avaliar meu lado espiritual da vida. Mentalizava meus acontecimentos durante todo o ano que se acabava. Listava no papel aonde falhei, o que poderia melhorar e o principal: o que eu queria para o novo ano que chegava. Pela primeira vez não consigo fazer isso organizadamente. Não que eu ache que pontuar objetivos não sirva mais. Mas pelo simples fato de pensar, hoje em dia, que essa ''virada de ano'' nada mais é do que apenas um símbolo de mudança. A verdade é que as mudanças em nossas vidas ocorrem constantemente, independente do valor temporal. Precisamos dessa precisão de horário, dia, semana, mês, ano, para definirmos o nosso planejamento social. Certo. O que seria de nós sem isso? Porém se nos afastarmos dessa ideia, nos colocando out dessa contagem matemática, fica mais leve pensar que é sempre hora de analisar nossos desejos, nossas crenças, nossos ideais e sonhos, independente da passagem de um ano para outro. Essa fórmula temporal é tão previsível para uma vida tão cheia de surpresas! Porque se prender sempre a ela? Como se não bastasse as funções que precisamos seguir de acordo com as agendas do cotidiano. Temos muito mais do que os 365 dias impostos. Temos o mundo! Por isso eu desejo que em 2015 eu possa me desprender dessas listas. Que eu possa continuar desejando, querendo, buscando o mundo. E que tudo que venha e que vai seja verdadeiro. Sem peso, sem pressa, seja lá o que eu queira. Até porque eu já sei o que não quero.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novos tempos

Em 1 mês vivi 1 ano. Por vezes as experiências são tão intensas num curto período da vida, que parece que o sentido lógico do tempo se perde. Atravessei 30 dias com a proporção de 300. Vivenciar uma perda pode ser sinônimo de extrema angústia. É como uma porta que se fecha com a força do vento. Um susto. Quase surto. Mas basta mentalizar com calma para perceber que toda essa invasão que devastou parte dos sonhos pode ser um indicativo de recomeço. Ventos também trazem boas notícias, ora! Seguirei, portanto, outros caminhos que o novo ano propõe. Rumo a encontrar portas abertas com entradas coloridas de novas idéias, novos presentes, novos tempos.