quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Meu bem

Meu bem. Se eu errar é porque ainda não soube dar o melhor de mim nesses desencantos trazidos pela vida. E se um dia eu acertar, prometa que vai reconhecer entre beijos e palavras de afeto que eu sou aquela que lhe garante a segurança que você tanto busca no cantinho reservado do peito. E se você não puder fazer isso, meu bem, apenas me abrace com seu olhar de confiança - que eu já conheço bem. Ah, meu bem, mas se eu enfraquecer esteja ali e seja o meu suporte para que eu levante. Não me deixe notar logo de início que é o fim, se uma lágrima cair. Mas me mostre a realidade, com cuidado, mesmo que suas palavras sejam firmes e duras. Ah... Não me faz mal. Me faz bem. Se você conseguisse, meu bem, medir o tamanho da minha coragem, jamais se prenderia às minhas aflições. Já sei voar. E voo mais alto ao seu lado. Se lembra? E você, sabe, eu já fui uma alma a perigo, rodeada de sombras e de pouca luz. Se você me permitir com o tempo, meu bem, te apresento algo novo nesse nosso caminho curto, mas que traça longas curvas, eternas histórias, grandes lembranças de uma troca que nos supera a cada minuto que nos toca. Bem assim, do nosso jeito. 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Breves encontros

Há uns três anos atrás fiz amizade com a Paula. A conheci através da Ana, uma grande amiga. Eu e Ana fomos em um Cafe e lá estava a Paula. Uma moça nova, uns 36 anos, doce, gentil e de voz mansa. Estava acima do peso, os cabelos em corte chanel, roupas simples e coloridas e usava óculos grandes. Pouca vaidade, tanto que ela aparentava ter mais idade. Mas era possível ver naquele olhar, mesmo que sutilmente, uma mulher bonita escondida. Ficamos no Cafe jogando conversa fora naquela tarde, em meio à leveza de histórias divertidas. Depois de algumas horas, nosso papo foi interrompido por Paula que precisava sair para uma consulta médica. Nos despedimos e ela seguiu para seu compromisso. À sós com Ana, fui surpreendida com a notícia de que Paula estava doente. Tinha câncer. Meu coração se partiu. Custei a juntas os cacos. Uma moça tão nova, como eu e minhas amigas! Passei a encontrar a Paula por vezes para um cafe, sempre com a Ana. Outras vezes a encontrava sozinha, pois morávamos próximas. Com o tempo, a Paula começou a usar peruca, para suprir a falta dos belos cabelos lisos e brilhosos que ela tinha. E ela seguia com os tratamentos. Seu peso aumentou relativamente e eu creio que tenha sido pela ansiedade à doença. Não devia ser fácil, embora ela estivesse sempre sorrindo. Até que um dia ela me disse que os exames deram positivos com relação à melhora! Fiquei feliz. Seus cabelos voltaram a crescer aos poucos e isso foi bacana de se ver! O tempo passou e um dia a encontrei na rua, rapidamente. Perguntei sobre a vida e ela disse que "tava tudo bem". Paula mandou um beijo para a minha filha, demos um abraço carinhoso e nos desejamos tudo de bom uma para a outra. E ficamos um bom tempo sem nos ver, mesmo morando perto.
Recentemente, vi que era aniversário dela no Facebook e deixei uma mensagem carinhosa de parabéns! Após alguns dias, recebi a notícia da mãe dela pelo Facebook, agradecendo a felicitação, mas dizendo com pesar que a Paula havia nos deixado há cinco meses. Meu coração se partiu mais uma vez. E dessa vez, os cacos se espalharam com tanta força que foi ainda mais difícil juntá-los. Ela simplesmente se foi. Na mesma hora entrei em contato com a Ana, que não me avisou para me poupar do sofrimento. Senti um carinho enorme com esse cuidado. Mas como eu mesma poderia me poupar da existência da morte? A perda é algo que não nos permite um preparo, por mais que alguma doença sugira isso, como foi o caso da Paula. Sempre há uma luz que nos faz enfrentar o medo da morte. E quando ela chega, nos damos conta de como somos grãos de areia diante desse universo. É difícil viver sabendo que ela está sempre por aí, rondando, mesmo conscientes de que a única certeza dessa vida é justamente a existência da morte. Para algumas culturas e religiões, a morte significa uma libertação. Para outras, representa o fim. Em alguns casos traduz a existência de uma nova vida. São inúmeras crenças para lidar com tamanho mistério. A Ana me disse que a Paula se foi de maneira rápida e em paz, o que me acalenta. Me encolho, medito e agradeço à vida por seus encontros acolhedores, mesmo que breves, como um suspiro.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Dê o fora!

Existe algo de bom em encontrar pessoas caracterizadas como ''do mal": o fato de que, na mesma proporção, esbarramos com aquelas conhecidas como pessoas ''do bem". Ao longo da vida experimentamos diversos encontros assim. Talvez isso se dê pelo equilíbrio natural do universo. Até porque, de um modo geral, nós, considerados ''do bem" - faço questão de me incluir -, não somos completamente bons, nem 100% ruins. Temos um pouquinho de cada lado. A má notícia é que não assumimos nossos piores sentimentos. Quando por exemplo somos surpreendidos pela inveja. Sim. Dói assumir isso. Não falo da inveja branca. Falo da inveja preta mesmo! Exemplo: aquele amigo ou parente que se realizou em algum ponto que reflete a sua decepção. Ou quando a raiva invade e a vontade é quebrar alguém ou alguma coisa de alguém, ou deixar de olhar com carinho para algum ser quando nos sentimos injustiçados. Isso tudo negamos, não falamos. Negamos para nós mesmos! A boa notícia é que, segundo os profissionais em Psicologia, esse tipo de feeling é normal. Afinal, somos humanos. Com o tempo, podemos usar o bom senso, somado à capacidade de superação dos medos e das angústias e somos capazes de viver tais sentimentos ruins sem invadir o espaço alheio, o que significa não sacanear o outro apesar do desgosto feio, baixo e negativo os quais podem nos tomar. Ou seja, as pessoas ''do bem'' conhecem essa possibilidade de controlar a malícia que chega e domina. Isso as difere das pessoas ''do mal'', gente que não sabe, não consegue ou, pior, não quer domar tamanha caída de bola. E vai com tudo. Passa aquela senhora rasteira em um alvo e pode até derrubar quem estiver pela frente. No trabalho tem muito disso. Na família também. No esporte. E por aí vai. Por isso, mais do que preparado para saber lidar com os piores sentimentos internos, é preciso estar pronto para a guerra contra o mal que vem de fora. Eu recorro a tudo: santos, Jesus, crenças, amuletos, energias naturais, pensamentos positivos, tarô, astrologia (amo!) e o que quer que seja do bem. Mas uma das saídas que mais estão me ajudando a enfrentar gente ''do mal'' é o uso do fora. O famoso fora. Aquele curto e grosso. Com muito limite, de preferência. Esse é um dos melhores patuás contra gente ''do mal''. Respire fundo, pense rápido e dê o fora!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Minha experiência de fé em uma ida ao shopping



Levar o carro pra lavar hoje me fez conhecer a linda história do profeta Moisés. Deixei o carro no estacionamento do shopping e, como a lavagem iria demorar umas duas horas, achei mais proveitoso consumir um filme e pipocas, ao invés de roupas, sapatos e afins. Adoro roupas, sapatos e afins. Não vou mentir. Mas hoje eu estava mais para cinema.

O cinema tem o poder de nos levar do aqui e agora para lugares, situações e sentimentos intensos e inusitados! Tenho total consciência do que a ficção é capaz. E sei dos interesses dos meios de comunicação e da cultura de massa, bla bla bla. Tanto que o filme foi proibido no Egito por acreditarem que a história do profeta tenha sido distorcida. Ok. Eles possuem uma outra visão histórica, religiosa e cultural sobre Moisés. Mas me rendo ao prazer de assistir a um filme bom, bem produzido, com atores fortes e uma história intensa e difícil de se ''contar". Não tenho religião e não possuo conhecimentos técnicos sobre a bíblia, que no caso da história de Moisés gira em torno do primeiro Testamento. Sempre achei as histórias bíblicas interessantíssimas. Hoje acredito que aquilo tudo são metáforas - o que ainda me deixa mais interessada - e que muitas histórias devem ter sido descartadas daquele longo, longo, longo, longo livro que possui diversos livros dentro. "Êxodo: Deuses e Reis" é dirigido por Ridley Scott e protagonizado por Christian Bale, que interpreta o profeta Moisés. O filme fala da libertação do povo hebreu no Antigo Egito. O que me tocou na telona, de fato, é como Moisés é representado. Divinamente interpretado por Bale, um ator genuinamente intenso, Moisés é um homem que, com o tempo, se descobriu adotado por uma rica e poderosa família de egípcios, quando na verdade sua origem era hebraica e pobre. Ele se viu condenado. A partir disso, foi guiado a seguir o caminho da fé nesse Deus que não vemos, mas que sentimos bem lá no fundo do ser. A vida dele mudou completamente diante de tantas revelações. E a história representa, para mim, a construção da fé, da renúncia, do amor. Quem nunca foi surpreendido na vida por uma situação que nos leva a alterar caminhos, desconstruir planos, mudar a rota e ganhar mais fé? E mais ainda: quem nunca teve que lutar para alcançar a liberdade? Ao longo da vida passamos por diversas revelações, assim como Moisés e precisamos seguir em frente. Enfrentamos pragas. Deixamos pra trás pessoas, origens, amores e crenças. Subimos montanhas se for preciso. Abrimos o mar! Sempre em busca da liberdade e da fé.

Por fim, Moisés escreve e deixa registrado os dez mandamentos escritos por Deus, difundidos até hoje. E eu, após assistir essa incrível história, volto pro estacionamento e busco o meu carro - limpíssimo -, louca pra chegar em casa e escrever, deixar registrada, essa minha experiência de fé em uma ida ao shopping.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Com Amor

Não. Não me acostumo com a falta de Amor. Simplesmente não dá. São quase 33 anos de necessidade de viver o Amor. Não falo do Amor nas relações íntimas. O Amor pode se fazer presente de outras formas. Falo do Amor do dia a dia que se baseia nas palavrinhas mágicas que aprendemos lá atrás, por volta dos 2 aninhos... O ''bom dia'' logo cedo - que nunca fez ninguém perder a voz -, o ''com licença" puro para seguir um caminho, o ''desculpe" sincero, caso você esbarre sem querer em alguém, o ''por favor" gentil, quando se precisa de alguém (quem consegue fazer tudo, tudinho, completamente sozinho?) e o ''obrigada'' verdadeiro, reação aprazível a quem nos ajuda, acolhe, atende. Por vezes o estresse e as preocupações da vida nos invadem com sentimentos duros. Não quero, aqui, dizer que jamais me sinto mal e que consigo espalhar a alegria todo o santo dia. Quem dera! Tem dias que busco a energia não sei de onde para acordar pela manhã. E, nesses dias, o mundo nem imagina o tamanho dos meus problemas e das minhas aflições. O mundo não tem culpa. O mundo e eu somos apenas vítimas dos dissabores inevitáveis dessa vida. Fechar a cara e fingir que os outros são invisíveis ou culpados por alguma frustração própria não vai resolver nada. Às vezes basta um sorriso para se conseguir chegar aonde quer! Mas aí só vale o sorriso verdadeiro, o do fundo da alma. Aquele que transforma! Simples, claro e direto. Mas se ainda assim for muito difícil sorrir, o segredo está em manter a amorosidade no dia a dia. Ou simplesmente não sair de casa, até você "resetar". Mas se a obrigação te chama, apenas use as palavrinhas mágicas. E coloque Amor em sua vida! Quero viver mais 3 x 33 anos assim. Com Amor.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Temos o mundo!

Em toda virada de ano, costumava avaliar meu lado espiritual da vida. Mentalizava meus acontecimentos durante todo o ano que se acabava. Listava no papel aonde falhei, o que poderia melhorar e o principal: o que eu queria para o novo ano que chegava. Pela primeira vez não consigo fazer isso organizadamente. Não que eu ache que pontuar objetivos não sirva mais. Mas pelo simples fato de pensar, hoje em dia, que essa ''virada de ano'' nada mais é do que apenas um símbolo de mudança. A verdade é que as mudanças em nossas vidas ocorrem constantemente, independente do valor temporal. Precisamos dessa precisão de horário, dia, semana, mês, ano, para definirmos o nosso planejamento social. Certo. O que seria de nós sem isso? Porém se nos afastarmos dessa ideia, nos colocando out dessa contagem matemática, fica mais leve pensar que é sempre hora de analisar nossos desejos, nossas crenças, nossos ideais e sonhos, independente da passagem de um ano para outro. Essa fórmula temporal é tão previsível para uma vida tão cheia de surpresas! Porque se prender sempre a ela? Como se não bastasse as funções que precisamos seguir de acordo com as agendas do cotidiano. Temos muito mais do que os 365 dias impostos. Temos o mundo! Por isso eu desejo que em 2015 eu possa me desprender dessas listas. Que eu possa continuar desejando, querendo, buscando o mundo. E que tudo que venha e que vai seja verdadeiro. Sem peso, sem pressa, seja lá o que eu queira. Até porque eu já sei o que não quero.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novos tempos

Em 1 mês vivi 1 ano. Por vezes as experiências são tão intensas num curto período da vida, que parece que o sentido lógico do tempo se perde. Atravessei 30 dias com a proporção de 300. Vivenciar uma perda pode ser sinônimo de extrema angústia. É como uma porta que se fecha com a força do vento. Um susto. Quase surto. Mas basta mentalizar com calma para perceber que toda essa invasão que devastou parte dos sonhos pode ser um indicativo de recomeço. Ventos também trazem boas notícias, ora! Seguirei, portanto, outros caminhos que o novo ano propõe. Rumo a encontrar portas abertas com entradas coloridas de novas idéias, novos presentes, novos tempos.