quinta-feira, 26 de março de 2015

Tomo o silêncio como minha voz

Tomo o silêncio como minha voz porque só é possível entender quando se consegue parar para escutar. Na mesma medida em que me abro para o silêncio, me cubro de paz porque sou capaz de compreender cada momento presente como fonte de sabedoria que semeia o meu futuro. O passado eu deixo lá atrás, junto com as vozes que sem tempo ou bom senso teimavam em se proliferar na angústia de pensamentos fracos e sem valor. Sou mais eu quando me ofereço ao vazio e me jogo lá de cima do último andar do meu ego para me fazer mais segura lá embaixo, aonde piso firme com calma e descalça. Me desapego! Livre de sapatos que apertam os meus pés e escondem minhas unhas pintadas de esmalte cintilante. Livre de barulho! Agora sim, caminho devagar. Sem ruídos, sem pressão. Sem parar. No silêncio que escuto calada. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

A paz vem em seguida


Existem momentos na vida que não adianta questionar. Não mudará a rota se encher de perguntas em meio a estradas vazias de respostas. De nada resolve contestar determinadas situações que se sucedem ao redor. Em algumas ocasiões a melhor saída é não entrar. A melhor escolha é recuar. O melhor caminho é desconstruir. Por vezes, em meio a um furacão tremendo, o mais adequado é puxar uma cadeira e sentar. Ser capaz de observar o turbilhão de problemas calada... Sem esforço em meio à crise. Até a poeria baixar e ser possível continuar. Soa estranho, mas funciona desacelerar quando tudo e todos só aumentam a velocidade. Dê a ré e volte devagar! Mesmo que leve mais tempo para que tudo recomece sem peso. 
A paz vem em seguida.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Sobre a tristeza

Todos os dias um pouquinho da tristeza que habita dentro de mim se desprende de algum jeito. Às vezes, ela sai por meio dos meus olhos, descendo pelo rosto em forma de água salgada, que muitas vezes me afoga com uma onda enorme de frustração. Me recupero, me ajeito e após um tempo me renovo como quem sai de um susto. Retomo aliviada, com menos um peso em cima das costas. Ocorre que as dores são muitas! Para umas, necessito de um tempo sozinha. Por vezes apenas para pensar em silêncio. Algumas outras são resolvidas com um desabafo, seja escrevendo ou até mesmo conversando com uma pessoa querida. Nada como ter uma pessoa que significa tudo quando se quer dividir uma inquietude. Tem vezes que basta ouvir uma música boa! Uma canção daquelas que nos abraçam e nos beijam por meio do ritmo e de palavras que conseguem motivar e até mexer o corpo! Em alguns outros momentos liberto a tristeza com suspiros intensos, deixando sair aquela angústia que quer invadir o peito e me sufocar de repente. Tomo fôlego para me reconstruir e me deixar aquietar para que, com calma, eu possa restaurar a esperança, ciente que tão logo a vida segue o rumo com seus mistérios e surpresas sem fim. A tristeza está sempre presa em algum lugar por aqui. Não há como fugir totalmente dela. O que faço é deixar que ela se dissipe, que ela se evapore e jamais, em hipótese alguma, que ela crie laços por dentro. Ela pode e deve sair. Basta descobrir qual o melhor modo de fazer com que ela escape.