terça-feira, 30 de setembro de 2014

E que venha o frio!

Um dos maiores aprendizados da vida é saber lidar com a frieza de sentimentos que vem da alma do outro. Talvez o caminho mais fácil para certas pessoas seja esconder o que sente para sobreviver. Isso definitivamente não funciona comigo. Jamais conseguiria suportar viver com uma cobertura de gelo em meu coração. Renasço em cada lágrima que escorre dos meus olhos quando enxergam a mentira, embora eles busquem sempre a verdade. Encontro o equilíbrio quando consigo explorar o sentimento de quem me importa, mesmo quando ultrapasso o limite da fronteira do exagero. Supero meus medos enfrentando os sentimentos mais cruéis que a vida oferece, com os movimentos mais largos, ou até minguados, que um rosto pode expressar. E que venha o frio! Posso ser o calor de uma alma descoberta. 

domingo, 28 de setembro de 2014

Sonhos guardados

Se eu fosse capaz de (aqui) escrever todos os meus amores, me perderia em meio a palavras cobertas de suaves desejos.
Procuro espalhar em longos sorrisos e breves olhares o que a alma traduz como a felicidade de se saber o que quer. 
E já sabendo de mim, ando com os sonhos guardados, já se perdendo pelos caminhos, caindo pelos bolsos porque não cabem em mim!
Não cabem sequer em mim. 





terça-feira, 16 de setembro de 2014

À espera no terminal


E quando o trem passar rumo à oportunidade, entrarei certa de que o melhor não é a chegada, mas sim o caminho percorrido e suas histórias. Alcançar o ponto final significa uma nova busca. Um novo início em um outro terminal.



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Empurro com o corpo


Por mais que o tempo passe e o amadurecimento venha existe algo que não muda em mim: ser romântica. Ah, é tão bom! Tudo bem que ser romântica já não é mais como quando eu era adolescente. Naquele tempo eu não me permitia falar sobre sentimentos e vontades. Sentia vergonha o tempo todo. Ficava travada e perdia muito da vida! Empurrava com a barriga. Hoje eu empurro com o corpo. Sinto, falo. Sinto, escrevo. Sinto, olho. Sinto, toco. E por aí vai! Curioso como tudo se torna mais fácil com o decorrer dos anos. E quando falo em ser romântica significa manter aquele calor, aquela vontade de trocar com quem se ama. E essa troca vai além do sexo. Ela se traduz em dividir conversas, compartilhar ideias e momentos. Repartir sentimentos. Mesmo que num curto espaço de tempo. Ser romântico para muitos é ser cafona, brega. Certas pessoas podem até ultrapassar a barreira do bom senso. Mas isso é partir pro exagero! Mas e daí? Se for real tá valendo. O que alimenta a alma de um romântico é a sinceridade do sentimento. Não perco essa sensação por nada! Se depender de mim mantenho esse tom, essa chama acesa, aqui dentro do peito. Assim. Bem cafona, se preciso for.  ;)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Só mais 17 anos

Sabe aquele medo de ir ao médico? Eu tenho. Muito. Sofro. E quando o médico me encaminha para os exames? Prefiro enfrentar fila, ir ao banco, aguentar gente chata, ver filme de terror, isso tudo multiplicado por 2, mas enfrentar assuntos de saúde me enlouquecem! Acredito que esse medo vem dos meus pais. Passei uma parte da minha vida vendo meus pais frequentarem médicos e, muitas vezes, o resultado era apavorante. Quando eu tinha 5 anos senti que perdi o meu pai. Ele foi diagnosticado com um tumor no intestino. Operou e ficou um tempo hospitalizado. Me lembro do nervosismo da minha mãe. Também me recordo de ficar em casa com avós e tios em um clima tenso. Me lembro até hoje da sensação quando fui visitar o meu pai no hospital: uma mistura de alívio com (muita) felicidade! Foi muito especial poder voltar a ver aquele olhar doce e verde e poder sentir aquela barba sedosa e (só) minha. Ele havia voltado! O tempo passou e, entre exames e médicos, meu pai conseguiu viver mais 17 anos em família, com uma vida bacana, apesar dos problemas que uma vida oferece. Quando eu estava com 22 anos perdi meu pai de novo. Mas dessa vez foi pra sempre. Dessa vez o tumor foi no fígado, uma metástase que jamais foi imaginada pela equipe médica. Cruel. Doloroso. E ele se foi. Pra sempre.
Sobrevivo. E hoje entendo que superar esse medo é um grande desafio. A prevenção é fundamental para se viver com saúde, para se viver mais, quem sabe. Se eu soubesse que teríamos só mais 17 anos juntos...